Intevenções Urbanas são principal marca do FIT,em Río Preto; grupo argentino é destaque com ótimo "audiotour""....De forma mais marcante, o grupo argentino BiNeural-Monokultur chegou semanas antes em Rio Preto e estruturou seu espetáculo "O Caminho X" em uma pesquisa com historiadores locais, já que neste seu "Audiotur Ficcional" o protagonista é a cidade na qual o público único transita, com fones de ouvido explicativos como se vê nos museus.
Os criadores Ariel Dávila e a alemã Christina Ruf, conciliando memória local e olhar estrangeiro, já haviam feito isso em Córdoba, cidade de origem do grupo. Em Rio Preto encontraram uma cidade com problemas semelhantes: no afã de modernizar-se, acaba apagando o seu passado, como se fosse um complô contra seus habitantes.
Juntando placas semi apagadas, estátuas roubadas, fragmentos de uma mitologia urbana esquecida, alusões religiosas que já não atingem os habitantes, o BiNeural constrói uma divertida e engenhosa trama policial, unindo até o delírio paranóico elementos do cotidiano que conseguem fazer até o mais tradicional morador olhar sua cidade com olhos novos.
Saindo de quinze em quinze minutos do ponto de encontro marcado com antecedência na compra do ingresso, o público solitário segue instruções aflitas de Artur Castro para o padre Jonas, em uma fita encontrada pela polícia depois que ambos desapareceram. É irresistível a sensação de se tornar o padre, quando se ouve coisas como "olhe para essa mulher na sua frente: ela em breve vai desaparecer na memória de todos".
Ao contar com a cumplicidade de padres e agentes de segurança da cidade, já que o público-performer deve invadir a catedral e a estação de trem por portões escondidos, além dos atores locais Bia Moretti e Guido Caratori (que faz a voz de Artur Castro com uma impagável entonação de novela de rádio), "O Caminho X" é uma experiência única, que transforma Rio Preto em uma cidade mágica.
Consultorio de Dramaturgia.
Consultorio de Dramaturgia
CONSULTORIO DE DRAMATURGIA Dramaturgo Consultor : Ariel Dávila. Seguimiento de procesos de escritura teatral via e-mail o presencial Estás e...
lunes, julio 23, 2007
Beth Néspoli - O Estado de S.Paulo 19/7/2007
Audiotour Ficcional e Braakland são experiências profundas e inesquecíveis
"...Nos mobiliza de maneira oposta o espetáculo argentino Audiotour Ficcional. Neste, o espectador, único, recebe numa tenda na praça central da cidade um fone de ouvido. Uma vez ligado, devemos seguir as instruções ouvidas durante uma caminhada de 90 minutos pela cidade. Ariel Dávila e Chistina Ruf, os criadores do tour, chegaram um mês antes à cidade onde fizeram uma pesquisa histórica. Assim, o espectador entra na catedral da cidade para conhecer, na verdade, a história da antiga matriz incendiada. Há uma trama policial, supostamente estamos ouvindo a gravação deixada por alguém, cuja vida estava ameaçada justamente pela investigação que fazia. Alguém quer que percamos a memória é o mote da gravação. Quem? Com que interesse? As respostas o espectador é levado a procurar em si mesmo.Poderia ser um tour histórico quase banal, não fosse a sensibilidade na escolha de detalhes arquitetônicos - uma placa que faz citação a um salmo, três incríveis imagens de sereias - e a forma como a dupla ''''trabalhou'''' sobre a história de Rio Preto. A grande qualidade desta criação singular está no trânsito que provoca no espectador entre a memória mítica e a particular. Mais que a Rio Preto, o tour nos religa a um imaginário coletivo e valoriza, em nós, o resíduo individual dessa memória comum. Quem viveu essa experiência, certamente não a esquecerá."
"...Nos mobiliza de maneira oposta o espetáculo argentino Audiotour Ficcional. Neste, o espectador, único, recebe numa tenda na praça central da cidade um fone de ouvido. Uma vez ligado, devemos seguir as instruções ouvidas durante uma caminhada de 90 minutos pela cidade. Ariel Dávila e Chistina Ruf, os criadores do tour, chegaram um mês antes à cidade onde fizeram uma pesquisa histórica. Assim, o espectador entra na catedral da cidade para conhecer, na verdade, a história da antiga matriz incendiada. Há uma trama policial, supostamente estamos ouvindo a gravação deixada por alguém, cuja vida estava ameaçada justamente pela investigação que fazia. Alguém quer que percamos a memória é o mote da gravação. Quem? Com que interesse? As respostas o espectador é levado a procurar em si mesmo.Poderia ser um tour histórico quase banal, não fosse a sensibilidade na escolha de detalhes arquitetônicos - uma placa que faz citação a um salmo, três incríveis imagens de sereias - e a forma como a dupla ''''trabalhou'''' sobre a história de Rio Preto. A grande qualidade desta criação singular está no trânsito que provoca no espectador entre a memória mítica e a particular. Mais que a Rio Preto, o tour nos religa a um imaginário coletivo e valoriza, em nós, o resíduo individual dessa memória comum. Quem viveu essa experiência, certamente não a esquecerá."
miércoles, julio 18, 2007
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